O livro Ruy Guilherme Paranatinga Barata é um encontro como "cantor" das coisas da Amazônia. Eis um dos poemas que faz parte do livro e que tornou-se sucesso na voz inconfundível de Fafá de Belém:
FOI ASSIM
Foi assim,
como um resto de sol no mar,
como os lenços da preamar,
nós chegamos ao fim.
Foi assim,
quando a flor ao luar se deu,
quando o mundo era quase meu,
tu te foste de mim.
"Volta meu bem", murmurei.
"Volta, meu bem", repeti.
"Não há canção nos teus olhos,
nem amanhã nesse adeus!"
Horas, dias, meses se passando
e, nesse passar, uma ilusão guardei:
ver-te novamente na varanda,
a voz sumida e quase em pranto,
a murmurar "meu bem, voltei".
Hoje essa ilusão se fez em nada
Foi assim,
como um resto de sol no mar,
como os lenços da preamar,
nós chegamos ao fim.
Foi assim,
quando a flor ao luar se deu,
quando o mundo era quase meu,
tu te foste de mim.
"Volta meu bem", murmurei.
"Volta, meu bem", repeti.
"Não há canção nos teus olhos,
nem amanhã nesse adeus!"
Horas, dias, meses se passando
e, nesse passar, uma ilusão guardei:
ver-te novamente na varanda,
a voz sumida e quase em pranto,
a murmurar "meu bem, voltei".
Hoje essa ilusão se fez em nada
e a te beijar outra mulher eu vi.
Vi no seu olhar envenenado o mesmo olhar do meu passado e soube então que te perdi.